10 de mar. de 2014

Dia da mulher é comemorado com caminhada em Imperatriz

Foi ao som de fanfarra que centenas de mulheres se reuniram na frente do Estádio Municipal para a confraternização do dia da mulher em Imperatriz. O evento contou com caminhada e corrida (disputa que valeu premiação em dinheiro para quatro categorias). A corrida e a caminhada integraram a programação da Semana da Mulher, desenvolvida pela Secretaria de Políticas Públicas para Mulheres e parceiros, e que se estende até o próximo dia 17 de Março.

Muito animada, Dona Maria Saraiva (76) posava para fotos ao lado da banda formada por militares. “Tira aí uma foto minha do lado desses moços bonitos, minha filha”.

Às 17h foi dada a largada para a disputa, e é claro, acompanhei o percurso (sem nenhuma intenção de vitória, até por que, nem inscrita eu estava). Mas pude ouvir algumas historias no caminho, como a de Dona Toinha (63). Com um semblante sofrido, ela confessava, enquanto a locutora falava sobre direitos das mulheres e sobre a violência domestica. “Queria tanto que minha filha tomasse coragem de denunciar aquele cabra safado, marido dela”. Permaneci calada, mas ela prosseguiu. “Tu acredita minha filha, que ela apanha do vagabundo e não tem quem faça ela denunciar? Parece que faz é gostar”.

O pensamento de Dona Toinha reforça um comportamento comum de nossa sociedade machista, que tende a jogar a culpa da violência na própria mulher. “Parece que faz é gostar”.

Dados apontam que uma em cada quatro mulheres é vítima de violência extrema. Uma em cada duas mulheres sofre assédio sexual durante a vida. Esses crimes estão em toda parte e certamente, todos nós já presenciamos um.

Precisamos lembrar que muitas vezes, a vergonha sobrepõe-se à dor, e o medo das consequências cala a denuncia. E que fique claro, a culpa não é de quem apanha, a culpa é de quem bate, retruquei. Dona Toinha sacudiu a cabeça em concordância, mas ainda, com o olhar descrente.

Com o tema "Aos homens nenhum direito a mais e às mulheres nenhum direito a menos", o evento também bateu muito na tecla da isonomia. "Uma questão de justiça, não podemos mais aceitar que as mulheres tenham seus direitos feridos", disse o promotor da vara da mulher, Joaquim Junior.



Foto: Blog da Kelly

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