23 de fev. de 2014

'Cada um no seu quadrado'



A ousadia dos pregadores vem aumentando a cada dia, não apenas em Imperatriz, mas por toda parte.
Na noite de ontem (22/02), Clebison Bandeira, Pastor evangélico já conhecido na cidade por levar multidões aos cultos em sua igreja (Assembléia de Deus Monte Tabor), invadiu um bar da cidade, onde proferia palavras da 'ordem de Deus' aos homens ali presentes. 

Não é de hoje que pastores evangélicos adentram ‘templos’ que não lhes pertencem. De bíblia na mão, voz altiva e palavras de ordem (aos anjos e demônios), eles pregam e incitam a pregação em locais que, segundo eles, estão carregados de lascívia, imoralidade e depravação.  

Embora incomum, a estratégia de usar locais de consumo de bebidas como palco da pregação do Evangelho não é nova. Há 30 anos, a Arquidiocese de Chicago iniciou uma série de pregações para jovens adultos chamadas de “Teologia na Torneira”. Os locais dessas ministrações eram bares e restaurantes.

No Brasil, a prática vem se tornando rotina entre igrejas protestantes (principalmente as neopentecostais). Em Porto Real (RJ), a igreja Assembleia de Deus Boa Esperança já realiza cultos nos bares há bastante tempo. Conta o seu pastor, Silvio de Oliveira Leite, que a ideia começou quando uma mulher, dona de um bar, se converteu. “`Procuramos não onfender ninguém”, diz o pastor que afirma não atacar religiões e crenças. 

Mas em Imperatriz, o Pastor Clebison Bandeira achou de invadir um bar durante um jogo do Flamengo, pelo campeonato carioca. O que é o futebol, se não uma espécie de religião? E seus torcedores, se não devotos? 

Invadir a crença e o templo alheio, pastor, é mais que ofensa. É intolerância!

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Vale lembrar que o comportamento dos pregadores quando o contrário acontece, costuma ser bastante hostil. Ano passado, duas jovens lésbicas em atitude de protesto, beijaram-se durante um culto do Pastor Marco Feliciano, deputado federal (PSC-SP). Ele  mandou prender as duas jovens que participavam do Glorifica Litoral, evento gospel em São Sebastião,  no litoral norte de São Paulo. Após acionar a segurança, Feliciano afirmou que elas 'não têm respeito ao pai, à mãe e à mulher'. "A Polícia Militar que aqui está, dê um jeitinho naquelas duas garotas que estão se beijando. Aquelas duas meninas têm que sair daqui algemadas. Não adianta fugir, a guarda civil está indo até aí. Isso aqui não é a casa da mãe joana, é a casa de Deus", disse Feliciano para o fiéis presentes.Após terem sido removidas à força e algemadas por pelo menos seis guardas-civis municipais, por volta das 23h, as jovens foram encaminhadas para a delegacia. No caminho, elas afirmam que foram agredidas pelos guardas.

Foto: Anselmo Bandeira

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