22 de mar. de 2014

Farmácia do Ambrósio | Parte 3 - Final



Por André Wallyson


Longe de ser um bar tradicional, desde o nome, a farmácia do Ambrósio reúne particularidades que fazem dele um ponto turístico dentro da cidade.

A disposição das bebidas como se realmente fossem remédios atrai pelas cores, pelos nomes, e é claro, pela variedade.

"Dr. Ambrósio"
Além disso, a clientela fiel do Ambrósio é um atrativo à parte. São velhos senhores aposentados, jovens que vão para curtir uma música ou assistir um futebol, moças que chegam de “bando” e se reúnem a espera dos rapazes, senhoras (que vão em busca das misturas farmacêuticas) ou nem sempre e estudantes que simplesmente vão lá comprar uma cachaça para beber em outro lugar com os amigos.

E por falar em fidelidade, sabemos que hoje um cliente é fiel a determinado estabelecimento somente até o momento em que ele percebe melhor valor (qualidade), do que poderia obter em outro lugar. Ao que parece, a clientela do Ambrósio nunca encontrou nada melhor, por que a cada dia que passa seu "rol de membros" aumenta.

Na última parte da nossa reportagem trazemos, portanto, depoimentos de frequentadores, clientes fiéis, "pacientes" ou como queiram ser identificados, descrevendo a farmácia sob diferentes ângulos. Confira!

“Se há alguns anos o Ambrósio representava um bar diferente, com um grande leque de opções de bebidas, (não necessariamente alcoólicas), mas que também funcionavam (não questiono se certo ou errado) como remédio, hoje ele pode, e até deve ser tombado como patrimônio público do município. Sempre que viajo meus amigos encomendam “traz uma do Ambrósio”! Ambrósio hoje, assim como o Rio Tocantins, a panelada, o lindô, é Imperatriz.” Juliana Carvalho

“A farmácia vem de uma idéia simples e obvia que é agir como uma farmácia. Uma taverna quase escondida, feita de madeira, verde, rústica. No interior a solução para anular a dor diária, com sucupira, cajá, limão, mel com cachaça. Ou senão, procuram maximizar a letargia e a dormência da vida fria na cidade quente. As portas, abertas como braços, chamam os trabalhadores, estudantes, mendigos e visitantes, abrigam todos na soleira, e, entre garrafas e carambolas fatiadas, entre os seres minguando como a cachaça dentro dos copos”. Paulo Edson Oliveira


“Houve um tempo no Ambrósio, ou melhor, houve vários tempos no Ambrósio, com várias galeras diferentes, e com várias misturas diferentes. Então, eu uma galera do curso História, a galera do "cajá com mel" freqüentavamos a "farmácia do Ambrósio" homeopaticamente, ministrando doses cavalares de bagaços de cana do engenho na cara. A garrafa custava R$ 10,00. Isso nos idos de 2006. Ademais, houve também outra galera, oriunda de São Luis, sedenta por encontrar um substituto para o famoso "Batista", do lado do Beco da esquerda (claro!) do Convento (quase mausoléu) das Mercês. “Quase” do Sarney. Comprávamos a de "tamarindo". Ainda por Dez contos a garrafa. Juntávamos um violão, sambas, Belchior, às vezes Pink floyd, e matávamos aula do professor “GaBiel”, de direito Comercial, na porta da sala, até sermos advertidos. Paramos! Paramos de beber na porta da sala. Bebíamos na porta da UFMA, na parada de ônibus da escolinha da "Sainha vermelha". Antes era assim no Ambrósio, frequentados por bêbados de todas as estirpes universitárias. Mas, agora o “adjetivo” universitário é comumente empregado nas noites sertanejas da Cidade, e, tal como aconteceu com a panelada nas quatro-bocas, às 06:00 da manhã, frequentados agora apenas por tipos universitários que se formam e saem atirando. E, foi assim que o Ambrósio passou a ter de tocar sertanejo. Por fim, para terminar esse parágrafo a lá Saramago, ainda é possível depois de uma prova de Processo penal, e de um dia de leitura, estacionar com seletos amigos no mestre Ambrósio, e pedir uma garrafa, com direito a sal, carambola, e um palito de picolé, que serve para misturar antes de beber (ou enfiar na goela, caso bebeu demais)”. Anderson Lima, “paciente” do Ambrósio.


“Grande Ambrósio! Um cara até sisudo, meio tímido, mas gente boa! Conheci a farmácia ainda na década de 90, quando cheguei à cidade. Uns primos pinguços me levaram e desde então virei frequentador assíduo, e olha que eu só tinha 16 anos na época. Quando volto ao Goiás, sempre levo de presente aos amigos e parentes de lá, e ai de mim se eu não levar, rsrs... A farmácia é mesmo parte dessa cidade, merece todo reconhecimento”! João Carlos S. Moraes, 29 anos, administrador, “paciente” do Ambrósio, como ele mesmo se define.


Foto: Arrocha

5 comentários:

  1. Por que não pegaram meu depoimento?
    Magoei :(

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  2. E por que não? Fique a vontade para dar seu depoimento cara Caty, ele será muito bem vindo. Use esse espaço aqui como complementação de nossa matéria! Abraço!

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  3. kkkkkkkkkkkkkk só pinguço cara, que isso? Não sei se quero entrar pra faculdade não, vão me corromper! Sou puro e inocente ^^

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  4. dentre as coisas que me dão saudade em imperatriz, eu colocaria o ambrosio nos top 5. Não digo top 10 porque temo que não existam tantas coisas que me fazem falta em imperatriz, hahahaha.

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  5. Ouvi dizer que uma análise química feita com as bebidas do Ambrósio encontrou muito mais que cana naquelas garrafas!

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