7 de fev. de 2014

Imperatriz da gente

Por Priscila Gama e Marizé Vieira

Mineiros, goianos, paulistas, paraenses, gaúchos, tocantinenses. Imperatriz é terra de imperatrizenses e de toda essa gente que aqui chegou, fincou raízes e ajudou a construir essa cidade. Como em uma enorme colcha de retalhos, a princesa do Tocantins incorpora as expressões artísticas e culturais de diversos cantos do país.

Essa grande diversidade pode ser explicada na própria história do município. Desde a sua fundação, a cidade experimenta grande fluxo de migração, incorporando à sua identidade, multiplicidade de culturas de todo o Brasil e até de outros países.

A partir de 1960, Imperatriz experimentou acelerado surto de desenvolvimento e, já na década de 70, era considerada a cidade mais progressista do país, recebendo contingentes migratórios das mais diversas procedências. Hoje, por força de seu desempenho nos setores de agricultura, pecuária, extrativismo vegetal, comércio, indústria e serviços, Imperatriz ocupa a posição de segundo maior centro econômico, político, cultural e populacional do Estado e o principal da região que aglutina o sudoeste do Maranhão, norte do Tocantins e sul do Pará.

“Na década de 1980 eram comuns por aqui famílias de origem árabe, européia, ou latino-americanos”, contou Sr. José Nilson Cutrim, piauiense, imperatrizense de coração desde a década de 70.

Hoje em dia esse número encontra-se bastante reduzido, mas as influências permaneceram e perpetuaram-se no modo de viver, nas crenças, no linguajar local deste verdadeiro palco de miscigenação cultural que é a cidade de Imperatriz.

Grande parte deste fator se deve à localização geográfica da cidade. Cortada pela rodovia federal Belém-Brasília (BR 010), pela Estrada de Ferro Carajás (que em breve será reativada) e pelo rio Tocantins, além de contar ainda com um aeroporto, a cidade permanece de portas abertas a todos que aqui desejam se estabelecer.

Dona Teresa Soares (54), faz parte desta história. Ela conta que chegou a Imperatriz com apenas nove anos de idade, na década de 60, junto com os pais e mais quatro irmãos, todos de Minas Gerais. “Imperatriz parecia um deserto vermelho”, comenta, fazendo referência a areia vermelha que predomina o solo da cidade, àquela época, um verdadeiro canteiro de obras. “Era uma terra de forasteiros. Tinha gaúchos, paulistas, goianos, cearenses, estrangeiros, tinha de tudo um pouco e a gente era apenas mais uma família no meio de tantas outras de outros estados que vieram pra cá”.

Para Ribamar Santos (37), mototaxista, “Imperatriz é terra de ninguém e de todo mundo”. Vindo da cidade de Vitorino Freire, no oeste do Maranhão, ele desabafa algumas insatisfações quanto à estrutura da cidade: “podia ser bem melhor, tinha tudo pra ser”. Mas diz-se satisfeito quando o assunto é trabalho. “Aqui tem espaço pra todo mundo se dar bem, basta querer”.

O mesmo conta o Sr. Penivaldo Rodrigues (46), vindo do Mato Grosso e residente na cidade desde a década de 80. “Imperatriz oferece muitas oportunidades a quem não tem medo de trabalho”. Conta que já exerceu várias profissões, desde pedreiro a artesão, profissão que ele exerce atualmente e que é responsável pelo sustento de sua família. “Do tempo que vivo aqui posso dizer que tenho muita história pra contar dessa cidade, já vi e ouvi de tudo por aqui”, comenta descontraído.

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