O Simpático oficial
Por Priscila Gama
Arena multicultural do 9° Salão do livro de Imperatriz. “Gente jovem reunida” aguarda para ouvir as sábias e espirituosas palavras de um senhor de 84 anos, cabelos brancos, passos lentos e voz rouca que ele mesmo definiu como “feia”. Somos cerca de 500 privilegiados ouvintes de Ariano Suassuna, o convidado ilustre desta 9° edição do SALIMP.
E ele começa a falar. Tão leve, tão à vontade, que o ambiente vai se assemelhando aquelas reuniões de família aos domingos. E por falar em domingo, ele se assusta com tanta gente ali, disposta a ouvi-lo em pleno dia de descanso. “Se fosse eu, vinha nada”! Brinca com o público.
Ariano não gosta de viajar. Divide as viagens de avião em duas categorias, as tediosas e as fatais. Ele não gosta da banda calypso (rs). “Onde já se viu dizer que essa banda é a cara do Brasil? Quero saber baseado em que afirmam um absurdo desses”, solta ao falar de uma reportagem na Folha de São Paulo exaltando a banda. “A língua portuguesa precisa ser respeitada, gastar um termo como “genial” pra falar do Chimbinha? O que vamos dizer de Bethoven?”; Ele também não gosta da americanização do Brasil, da desvalorização de seu povo e sua cultura, de gente que fala mal dos outros pela frente “é muito feio, é um constrangimento”, fala enquanto recebe aplausos e gargalhadas.
Ariano gosta de gente, gosta de gastar tempo conhecendo gente, é um amante do circo e da cultura como um todo. Ariano é também um grande colecionador de historias, e faz recorte delas para se adequar ao tempo disponível. “Não me deixem falar demais, se vocês deixarem eu desando a falar e não paro”. Mas ninguém queria pará-lo. Cada “causo” era recebido com aquele sorriso escancarado, com aquela sensação de que estávamos numa aula, recebendo lições de vida, agregando conhecimento e sabedoria.
Só mesmo quem esteve ali naquela arena, conhecendo os “oficiais” personagens citados por Ariano Suassuna compreenderá o porquê de ele merecer o titulo de “simpático oficial”.
*Publicada originalmente em 26/06/2011
E ele começa a falar. Tão leve, tão à vontade, que o ambiente vai se assemelhando aquelas reuniões de família aos domingos. E por falar em domingo, ele se assusta com tanta gente ali, disposta a ouvi-lo em pleno dia de descanso. “Se fosse eu, vinha nada”! Brinca com o público.
Ariano não gosta de viajar. Divide as viagens de avião em duas categorias, as tediosas e as fatais. Ele não gosta da banda calypso (rs). “Onde já se viu dizer que essa banda é a cara do Brasil? Quero saber baseado em que afirmam um absurdo desses”, solta ao falar de uma reportagem na Folha de São Paulo exaltando a banda. “A língua portuguesa precisa ser respeitada, gastar um termo como “genial” pra falar do Chimbinha? O que vamos dizer de Bethoven?”; Ele também não gosta da americanização do Brasil, da desvalorização de seu povo e sua cultura, de gente que fala mal dos outros pela frente “é muito feio, é um constrangimento”, fala enquanto recebe aplausos e gargalhadas.
Ariano gosta de gente, gosta de gastar tempo conhecendo gente, é um amante do circo e da cultura como um todo. Ariano é também um grande colecionador de historias, e faz recorte delas para se adequar ao tempo disponível. “Não me deixem falar demais, se vocês deixarem eu desando a falar e não paro”. Mas ninguém queria pará-lo. Cada “causo” era recebido com aquele sorriso escancarado, com aquela sensação de que estávamos numa aula, recebendo lições de vida, agregando conhecimento e sabedoria.
Só mesmo quem esteve ali naquela arena, conhecendo os “oficiais” personagens citados por Ariano Suassuna compreenderá o porquê de ele merecer o titulo de “simpático oficial”.
*Publicada originalmente em 26/06/2011
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